quarta-feira, 28 de setembro de 2016

ÁRVORE

Enquanto o vento sopra e me desnuda,
Nas tardes outonais e noites frias,
Nua, sem as frondosas ramarias,
Ali fico sem graça queda e muda!

Erguendo aos céus, as minhas mãos esguias,
Suplico à natureza que me acuda,
E logo o inverno traz chuva miúda,
Misturada de fortes ventanias!

Chegada a primavera, sorridente,
Me veste de verdura novamente,
Que faz a sombra amiga de quem passa…

Seria então feliz chegado o verão,
Se não houvesse alguém sem coração,
Que ao ver-me ali a arder se satisfaça!...

José Manuel Cabrita Neves

20/09/2016   

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